Aniversário de Jorge Ben Jor, uma lenda viva da nossa música

Hoje está de aniversário, completando 69 anos de vida, um dos mais importantes e influentes personagens de nossa música, Jorge Ben Jor. Numa época em que o estilo dominante no Brasil era a bossa-nova, ao passo que no exterior o rock n’ roll tomava as rádios de assalto, ele deu o pontapé inicial naquele que se tornaria um dos estilos musicais mais genuinamente brasileiros, numa mistura moderníssima de bossa e samba com rock, maracatu, funk, soul, jazz e outros estilos, que se caracterizou fundamentalmente por uma batida de violão muito suingada, diferente do que era feito até então. O estilo, claro, é o samba-rock, resumidamente falando, uma mistura do balanço inconfundível do samba (e que somente nós brasileiros sabemos proporcionar) com a marcação e a força do rock – embora sempre seja limitador e tolo querer definir um estilo musical tão rico com alguns adjetivos e gêneros.

Em pleno 1963, enquanto os Beatles surgiam para o mundo com o álbum Please, Please Me, Jorge Ben (o Jor veio somente anos mais tarde) debutava e definia novos rumos à música brasileira com um dos discos mais importantes da nossa história, Samba Esquema Novo. É dele a canção recentemente regravada pelo Black Eyed Peas, “Mas Que Nada”.

Nos anos seguintes, Ben lançou mais álbuns fundamentais para sua carreira e para o samba-rock, que pode ser considerado a nossa legítima black music. Seu ápice foi nos anos 60 e 70, quando produziu suas mais inspiradas canções, e embora tenha feito bastante sucesso na década de 90 (emplacou “W/Brasil” em todo o país), a obra que realmente vale ser apreciada e conhecida, e que é parte fundamental de nossa cultura é a gravada naquele período.

Abaixo disponibilizo 3 grandes clássicos de sua autoria. A suingada e brasileiríssima “Menina Mulher da Pele Preta” e a psicodélica e enigmática “O Homem da Gravata Florida” – ambas do lendário disco A Tábua de Esmeraldas, seu 11º trabalho, datado de 1974. É um de seus melhores e mais fundamentais álbuns, sendo que as letras muitas vezes ‘viajandonas’ encontram a química perfeita no irresistível balanço do som. Por fim, aquela que é uma de minhas preferidas, cuja letra se constitui numa auto-reflexão digna do mais comum dos homens, citando suas inseguranças, suas paixões, motivações e dúvidas sobre a vida, “Porque É Proibido Pisar na Grama”. Atente para a sonoridade das cordas, que conferem uma dramaticidade ainda maior à canção.

Jorge Ben Jor é fundamental. Uma lenda viva de nossa música. E nunca é tarde para dar um pulo até os anos 60 e 70 e apreciar a sua música.

*Obs.: se a execução dos áudios for impossibilitada, ouça no próprio Youtube.

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“Menina Mulher da Pele Preta” – Jorge Ben Jor

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“O Homem da Gravata Florida” – Jorge Ben Jor

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“Porque é Proibido Pisar na Grama” – Jorge Ben Jor

2 pensamentos sobre “Aniversário de Jorge Ben Jor, uma lenda viva da nossa música

  1. […] Bon, je ne vais pas vous raconter toute la vie de Jorge Benjor, d’autant que mon ami Olivier s’en est déjà admirablement chargé sur l’Elixir du Docteur Funkathus. Je me contenterai de vous proposer d’écouter trois chansons de sa composition – une sélection que je dois au musicien Márcio Staggemeier. […]

  2. João João Santos 22 de março de 2012 às 12:50 pm Reply

    SALVE SALVE SIMPATIA…………………..
    SALVE SALVE…. JORGE…………….. O REI DO SAMBA ROCK

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